Volta às aulas recoloca nas ruas 250 mil veículos

O ditado popular apregoa que, na Bahia, a vida começa somente depois do Carnaval. De fato, com a retomada da rotina na capital, pelo menos cerca de 250 mil veículos devem voltar a circular diariamente, na próxima segunda-feira, 18, quando se encerrará, na prática, o período de férias estudantis. A Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador) calcula que o número aproximado equivale a 30% da frota de 821.735 veículos que circulam pelas ruas da cidade, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA) até dezembro do ano passado.

Na manhã de sexta, 15, dois dias depois do encerramento do Carnaval, a reportagem de A TARDE percorreu algumas ruas no bairro da Pituba, onde há intensa circulação de veículos devido ao comércio pulsante e à presença de grandes escolas.

Inchaço – Por volta das 12h, no fim das aulas, locais como a via marginal à Avenida Magalhães Neto, a Rua Miguel Navarro (Pituba) e a Rua do Sombreiro (Caminho das Árvores) sentiam os reflexos do inchaço no trânsito e da falta de estrutura viária.

Como resultado, carros parados em fila dupla comprometiam o restante do fluxo de veículos nos dois primeiros logradouros, o que contribuía para a formação de congestionamento nos locais.

“Hoje [sexta], o movimento está tranquilo. Pior será a partir de segunda, quando começa o caos”, disse o motorista Ricardo Souto, 34, enquanto aguardava o filho sair do Colégio Módulo, na Avenida Magalhães Neto.

Responsável por levar e buscar o garoto, Souto chega uma hora antes do fim da aula, que acaba às 12h30. Mesmo assim, não enxerga alternativas para uma melhor fluidez do trânsito na região.

O consultor em tecnologia da informação Fredson Bonfim, 35, tem dificuldade em apontar sugestões para cooperar com o trânsito na Rua Miguel Navarro, na Pituba. Diariamente, ele faz o transporte das filhas e das vizinhas para o Colégio Oficina, localizado em rua com carros estacionados em duas das três faixas de rolamento. “Não tem mais o que fazer de melhoria por aqui. Quem deve sofrer é o morador”, deduziu ele, que, ao menos, completou a lotação do veículo com as crianças para seguir para casa.

Consciência – Na avaliação da especialista em tráfego Cristina Aragon, além de fiscalização, falta consciência dos pais na hora de fazer o transporte. “Em busca de comodidade, muitos querem parar o carro na porta da escola, ao invés de caminhar um pouco mais”, analisa Cristina.

Como alternativa ao uso do carro, ela aponta a contratação da condução escolar coletiva e o rodízio entre os pais, com o transporte solidário.

Mesmo que involuntariamente, o taxista Cláudio Roberto, 39, faz uma espécie de transporte solidário, ao prestar serviço para quatro famílias diferentes. “Deveria haver um serviço de orientação da Transalvador em áreas escolares para evitar que sejam cometidas infrações”, opinou Roberto.

O diretor de trânsito da Transalvador, Marcelo Corrêa, informou que 60 agentes e 20 viaturas irão atuar em escolas de maior movimento nos horários de pico. As ações de ordenamento, fiscalização e educação para o trânsito vão ocorrer na Pituba, Av. Magalhães Neto, Stiep, Nazaré e Fazenda Garcia, até o próximo dia 22.

“O trabalho visa orientar os pais para não pararem em fila dupla ou sobre a faixa de pedestres, além de fiscalizar infrações e as condições dos veículos que fazem transporte escolar”, informou o gestor.

Fonte:
http://atarde.uol.com.br/transito/materias/1484767

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