Lockdown: assembleia decide ampliar mobilização e chamar atenção para descaso na Transalvador

Após uma manhã de mobilização na sede da Transalvador, a categoria em assembleia deliberou acerca dos próximos passos da luta em defesa do Plano de Saúde. Os recentes episódios de cancelamento ou suspensão da assistência à saúde causam temor e medo aos trabalhadores. A postura negocial da gestão do órgão aumenta o receio diante da iminente condição de perda da possibilidade da manutenção dos serviços prestados pela atual operadora. Motivados em defender a preservação da saúde e os tratamentos médicos em curso, os colegas decidiram ampliar os atos para garantir o direito de proteger a vida plena.

Outro aspecto abordado e que interfere diretamente no labor diário é a frota de veículos utilizados como viaturas para fiscalização e segurança viária. Uma rápida vistoria feita nesta quarta-feira (04) por dirigentes das entidades representativas constatou precariedades e inconsistências passíveis de notificações por conflitos com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Sirenes e giroflex sem funcionar; lanternas de alerta e freio queimadas; inexistência de pneu reserva; placas ilegíveis; licenciamento em atraso de pagamento; baterias em descarga, bancos soltos e ergonomia prejudicada são ingredientes de uma receita que castiga o corpo e aumenta o risco para a preservação da vida. As condições elencadas normalmente provocam notificações e até mesmo, a devida medida administrativa, como por exemplo, remoção.

As entidades representativas denunciam essas situações há algum tempo e afirmam que a gestão da Transalvador não avançou no encaminhamento para solução dessas demandas como, a aquisição de novas viaturas e equipamentos funcionais. Ao contrário do devido, o gestor tem se arvorado em “rever” os processos encaminhados pelo seu antecessor, quando esses já estavam prestes a serem finalizados com as devidas licitações ou contratos. No âmbito político, sempre que existe postura negocial intransigente de alguém, a conduta esconde a incapacidade de conduzir a coisa pública e, se prospera a falta de diálogo proativo entre atores institucionais, isso reflete insegurança para gerenciar estruturas do serviço público.

Apesar desse contexto de vazio e desleixo para enfrentar negociações que deveriam avançar em favor de melhores estruturas de trabalho para servir ao contribuinte, os trabalhadores do trânsito e do transporte não deixarão de cumprir com suas obrigações e, a partir desta quinta-feira (05) produzirão vistorias independentes nos veículos que servem às diversas gerências dos órgão e sugerirão aos colegas que conduzam essas viaturas para o órgão na expectativa de que sejam tomadas as providências devidas para sanar os problemas técnicos. “Em caso de insistência na circulação das mesmas, os efeitos exigidos pelo CTB serão produzidos conforme preconiza essa legislação que rege nossa atividade. Todos servidores em transporte e transito podem realizar essas vistorias”, enfatizou o presidente da ASTRAM, Luiz Bahia.

Assembleia – Ao final do encontro, restou decidido que os trabalhadores realizarão uma nova assembleia na próxima terça-feira (10), a partir de 06h, quando os servidores participarão dos atos que serão promovidos pelas entidades. O lockdown pretende chamar atenção da sociedade para o descaso gerencial existente na Transalvador que tem prejudicado sensivelmente a segurança viária e a mobilidade na capital baiana. Os trabalhadores ressaltam que não aceitarão que os processos relacionados com a frota veicular, Plano de Saúde e outras demandas em negociação sofram retrocessos. “Causa espanto que um órgão determinante para a cidade esteja sendo conduzido de forma negligente em pautas tão sensíveis. Não dá para entender porque processos em fases de finalizações são colocados para revisões desnecessárias. A máquina pública não deve ser guiada pela pessoalidade ou pelo humor matinal de ninguém. Não há possibilidade de aceitar que as negociações retornem ao ponto inicial como forma de procrastinar ou desfazer os fluxos processuais em curso e que naturalmente resolveriam as pendências. Produziremos reações proporcionais ao descaso e na medida do interesse apresentado às demandas que versam sobre nossas vidas dentro de viaturas sucateadas. Como fazer cumprir o Código de Trânsito, se o próprio órgão fiscalizador está em clara afronta à essa legislação”, questionou Bahia.

Convocação – Ainda na espera angustiante pela convocação, os aprovados do último concurso continuam batalhando para serem chamados para servir à cidadania. As cobranças continuam para que o chamamento aconteça com brevidade diante da necessidade social e para preencher as lacunas existentes no órgão. “Temos feito intervenções seguidas para que a convocação aconteça e absorva todos os aprovados. O serviço pede e a cidade precisa do trabalho que será feito pelos futuros colegas”, ressaltou o presidente da ASTRAM.

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