Soteropolitanos defendem rigor contra motoristas alcoolizados

Alô, prefeitura! Alô, Detran! Para vocês, que reativaram as blitze de alcoolemia há duas semanas em Salvador, fica a dica: 79% dos soteropolitanos concordam que quem for flagrado dirigindo alcoolizado deve ser preso, e 82,9% acham que as autoridades deveriam ser mais rígidas com os motoristas que bebem e dirigem.Os números são da pesquisa do Instituto Futura em parceria com o CORREIO sobre a situação do trânsito e a fiscalização nas vias da cidade.
O estudo, realizado entre 30 de agosto e 3 de setembro, ouviu 601 pessoas na capital baiana.Dos entrevistados, 22,3% são motoristas e 77,7% não dirigem. E os próprios motoristas concordam mais com as prisões dos que os não motoristas: 82,1% contra 78,2%. A região central da cidade – que na pesquisa é indicada como Centro Histórico, mas que engloba também bairros como Garcia, Graça e Nazaré – é onde a caça aos motoristas bebuns é mais celebrada. Todos os moradores ouvidos na região concordam com maiores punições para quem beber e dirigir e 96% aprovam as prisões de quem dirige alcoolizado.
De acordo com a legislação atual, o motorista que for parado na blitz e tiver no sangue uma concentração entre 0,1 e 0,29 mg de álcool por litro de sangue deve pagar multa de R$ 957,70, tem o veículo retido e o direito de dirigir suspenso por 1 ano. Quem apresentar concentração de mais de 0,29 mg de álcool por litro de ar (o equivalente a duas latas de cerveja) incorre em crime de trânsito e, além de todas as penalidades anteriores, ainda responderá a processo criminal e pode ser condenado a até 3 anos de prisão.
Apesar de aprovado pela ampla maioria dos soteropolitanos, há alguns gatos pinguços, ops!, pingados que são contra esse rigor. São apenas 2,3% pela cidade, mas a maioria deles se refugia na nobre boemia do Rio Vermelho. No bairro, 8,9% discordam da prisão de quem for flagrado bêbado ao volante. O vice-campeão na benevolência é a Liberdade, onde 6,1% dos ouvidos são contra as detenções.Berreiro
Se as respostas à pesquisa fossem em forma de gritos, os ouvidos do prefeito João Henrique estariam ameaçados. É que 80,5% das pessoas entrevistadas avaliaram o trânsito da cidade como ruim ou péssimo. Isolando as respostas dos que se declararam motoristas, ou seja, que literalmente encaram o trânsito, o número sobe para 89,5%.
E se você é um desses revoltados com as condições do trânsito em Salvador, junte-se à galera do Centro Histórico (e demais bairros centrais), porque não há ninguém nessa cidade mais indignado do que eles no que se refere à (des)ordem nas ruas – 96% dos ouvidos nessa região apontam o trânsito como ruim ou péssimo; os outros 4% classificam-no apenas como regular; o bom e o ótimo ficaram esquecidos nos formulários.
Os engarrafamentos, indicados por 66,4% dos entrevistados como o problema mais crítico do trânsito de Salvador, ganham com folga dos vice-campeões, os acidentes, que foram apontados por 21,3% dos entrevistados.

Acidentes: homens se envolveram mais do que mulheres
Ao todo, 21,8% dos ouvidos na pesquisa do Instituto Futura/CORREIO se envolveram em acidentes de trânsito nos últimos cinco anos. E não adianta vir com preconceito. Embora esses números incluam tanto quem é quanto quem não é motorista, os homens se saíram pior: 23,4% deles se envolveram em acidentes, contra 19,6 das mulheres.
A faixa etária mais envolvida é entre 30 e 39 anos (28,9%). A maioria desses acidentes foram colisões na traseira do veículo da frente (23,85%). Em seguida, aparecem citadas as colisões atrás do veículo (16,97%) e os atropelamentos (12,38%).
Ocupando a vice-liderança entre os maiores problemas do trânsito (veja abaixo), os acidentes seriam reduzidos se houvesse maior rigor na fiscalização do trânsito. É o que acreditam 91,3% dos entrevistados.
Mais de 80% da população de Salvador usa ônibus
Embora em determinados momentos possa parecer que os carros em Salvador brotam do asfalto (segundo o Detran a capital baiana tem uma frota de 762.302 veículos), 82,5% dos que responderam à pesquisa afirmaram que geralmente usam ônibus para ir a seus compromissos. Apenas 9,8% vão de carro particular e 4,2% de moto.

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