O botão do pânico. É com o mecanismo, colocado perto das mãos ou dos pés
do motorista, que a polícia pretende reforçar ações de combate aos roubos a
ônibus na capital baiana.
do motorista, que a polícia pretende reforçar ações de combate aos roubos a
ônibus na capital baiana.
“Os ônibus precisam ter um sinal de pânico para alertar as empresas sobre
a ação dos bandidos. Quando o botão for acionado, a empresa avisa à polícia,
que se desloca para o local do assalto com mais agilidade”, explica o
coordenador do Grupo Especial de Repressão ao Roubo em Coletivo (Gercc), delegado
Paulo Roberto Guimarães.
a ação dos bandidos. Quando o botão for acionado, a empresa avisa à polícia,
que se desloca para o local do assalto com mais agilidade”, explica o
coordenador do Grupo Especial de Repressão ao Roubo em Coletivo (Gercc), delegado
Paulo Roberto Guimarães.
Entre janeiro e abril, o número de assaltos a ônibus em Salvador aumentou
80% com relação ao mesmo período do ano passado, numa média de quatro por dia,
segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
80% com relação ao mesmo período do ano passado, numa média de quatro por dia,
segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
“Com o botão, o número de assaltos vai diminuir, porque, pelo sistema de
pânico, o trabalho da polícia seria mais rápido. Hoje, tudo é feito de forma
anacrônica e o registro de um assalto chega a demorar duas horas para ser feito”,
argumenta Guimarães.
pânico, o trabalho da polícia seria mais rápido. Hoje, tudo é feito de forma
anacrônica e o registro de um assalto chega a demorar duas horas para ser feito”,
argumenta Guimarães.
Atualmente, o motorista comunica o assalto à empresa para depois levar o
veículo a um dos postos do Gerrc na Baixa do Fiscal, Pirajá, Iguatemi ou
Rodoviária. Com o uso do botão, segundo o delegado, a empresa de ônibus receberia um sinal e
avisaria à polícia a localização exata do veículo, que já é monitorado via GPS.
“As equipes são deslocadas com mais rapidez e esperam os ladrões descerem dos
ônibus para interceptá-los. Dá uma média de dois minutos para a intervenção
policial”, prevê.
veículo a um dos postos do Gerrc na Baixa do Fiscal, Pirajá, Iguatemi ou
Rodoviária. Com o uso do botão, segundo o delegado, a empresa de ônibus receberia um sinal e
avisaria à polícia a localização exata do veículo, que já é monitorado via GPS.
“As equipes são deslocadas com mais rapidez e esperam os ladrões descerem dos
ônibus para interceptá-los. Dá uma média de dois minutos para a intervenção
policial”, prevê.
Controvérsia – A medida, no entanto, não é bem
recebida por profissionais da categoria nem por entidades de classe. O
motorista da empresa BTU, Donaldson Sacramento, considera perigoso o uso de um
botão para coibir a ação dos ladrões. “É algo anunciado e todos vão saber.
Circulamos em áreas que marginais dominam e seremos facilmente identificados
como os responsáveis por ter frustrado o assalto. O acompanhamento tem que ser
feito por câmeras em tempo real”, avalia.
recebida por profissionais da categoria nem por entidades de classe. O
motorista da empresa BTU, Donaldson Sacramento, considera perigoso o uso de um
botão para coibir a ação dos ladrões. “É algo anunciado e todos vão saber.
Circulamos em áreas que marginais dominam e seremos facilmente identificados
como os responsáveis por ter frustrado o assalto. O acompanhamento tem que ser
feito por câmeras em tempo real”, avalia.
Seu colega Roberto Malhado, também da BTU, acredita que os motoristas
ficarão ainda mais na mira dos bandidos. “Ficaremos mais visados. Se a câmera
não funciona, imagine esse botão. Os ladrões podem até não saber no começo, mas
quando souberem podemos ser retaliados”, teme.
ficarão ainda mais na mira dos bandidos. “Ficaremos mais visados. Se a câmera
não funciona, imagine esse botão. Os ladrões podem até não saber no começo, mas
quando souberem podemos ser retaliados”, teme.
De acordo com o coordenador do Grupamento Especializado no Monitoramento
dos Roubos em Ônibus e Similares (Gêmeos) da Polícia Militar, capitão Cristiano
Paraíso, há pelo menos duas formas de implantar o botão do pânico nos coletivos
da cidade.
dos Roubos em Ônibus e Similares (Gêmeos) da Polícia Militar, capitão Cristiano
Paraíso, há pelo menos duas formas de implantar o botão do pânico nos coletivos
da cidade.
“Pode ser acionado um dispositivo luminoso externo ao coletivo para
chamar a atenção da Polícia Militar. Além disso, temos o GPS, cujo
monitoramento é feito pela empresa e pela polícia. O tempo médio de reação pode ser menor porque a intervenção não fica
restrita à Operação Gêmeos”, relata.
chamar a atenção da Polícia Militar. Além disso, temos o GPS, cujo
monitoramento é feito pela empresa e pela polícia. O tempo médio de reação pode ser menor porque a intervenção não fica
restrita à Operação Gêmeos”, relata.
Central – Segundo o gerente de fiscalização de transportes da Transalvador,
Valdemar Nascimento, os 2.615 ônibus que circulam pela capital possuem câmeras.
“São no mínimo duas e no máximo quatro por veículo. As gravações são
armazenadas em chips recolhidos pelas empresas. Em caso de ocorrências, a
polícia solicita as imagens para dar andamento às investigações”, expõe.
Valdemar Nascimento, os 2.615 ônibus que circulam pela capital possuem câmeras.
“São no mínimo duas e no máximo quatro por veículo. As gravações são
armazenadas em chips recolhidos pelas empresas. Em caso de ocorrências, a
polícia solicita as imagens para dar andamento às investigações”, expõe.
O superintendente da Transalvador, Alberto Gordilho, afirma que o órgão
de trânsito não tem projeto para criar uma central de monitoramento em tempo real
para o transporte público. “Esse é um assunto da área da segurança e o governo
estadual deve incluir o transporte coletivo no programa de videomonitoramento
que será implantado para a Copa 2014”, comenta.
de trânsito não tem projeto para criar uma central de monitoramento em tempo real
para o transporte público. “Esse é um assunto da área da segurança e o governo
estadual deve incluir o transporte coletivo no programa de videomonitoramento
que será implantado para a Copa 2014”, comenta.
O capitão Paraíso, porém, considera inviável monitorar a frota por vídeo.
“Em tempo real, só pode ser via GPS. No passo a passo não tem condições”, diz o
coordenador do Gêmeos.
“Em tempo real, só pode ser via GPS. No passo a passo não tem condições”, diz o
coordenador do Gêmeos.
O delegado Guimarães pondera que todas as ferramentas devem ser usadas
para combater a prática criminosa. “Temos conversado com as associações
representativas dos profissionais de transporte coletivo sobre esse mecanismo.
É um procedimento simples e barato”, define. “Os empresários visam lucro, mas
não querem a aplicação do botão. Precisam entender que com esse mecanismo o número
de assaltos cai e o lucro será maior”, define Guimarães.
para combater a prática criminosa. “Temos conversado com as associações
representativas dos profissionais de transporte coletivo sobre esse mecanismo.
É um procedimento simples e barato”, define. “Os empresários visam lucro, mas
não querem a aplicação do botão. Precisam entender que com esse mecanismo o número
de assaltos cai e o lucro será maior”, define Guimarães.
Guimarães alerta que os bandidos criaram novas formas de ação. “Os
criminosos estão se modernizando e usam táticas cada vez mais ousadas. Contam
com apoio de carros e mototáxis em locais estratégicos”, revela.
criminosos estão se modernizando e usam táticas cada vez mais ousadas. Contam
com apoio de carros e mototáxis em locais estratégicos”, revela.
Rodoviários são contra medida – A proposta de implantação do botão de pânico no transporte coletivo da
capital não é vista com bons olhos pelo Sindicato dos Rodoviários de Salvador.
De acordo com o coordenador financeiro da instituição, Hélio Ferreira, as
medidas de combate aos assaltos em ônibus não podem expor os profissionais.
capital não é vista com bons olhos pelo Sindicato dos Rodoviários de Salvador.
De acordo com o coordenador financeiro da instituição, Hélio Ferreira, as
medidas de combate aos assaltos em ônibus não podem expor os profissionais.
“Se o assaltante souber que tem um botão, vai querer retaliar o
rodoviário. A polícia tem que sentar com o sindicato para discutir a
viabilidade. Devem existir outras formas”, ressalta. Ele afirma que enviou
ofício à Secretaria da Segurança Pública (SSP) pedindo mais ações para coibir a
prática criminosa. “Nossas pesquisas apontam o crescimento do número de
assaltos e precisamos criar novas estratégias”, diz.
rodoviário. A polícia tem que sentar com o sindicato para discutir a
viabilidade. Devem existir outras formas”, ressalta. Ele afirma que enviou
ofício à Secretaria da Segurança Pública (SSP) pedindo mais ações para coibir a
prática criminosa. “Nossas pesquisas apontam o crescimento do número de
assaltos e precisamos criar novas estratégias”, diz.
O CORREIO procurou o Sindicato das Empresas de Transporte de Salvador
(Setps), mas a instituição não se manifestou sobre a questão até o fechamento
desta edição, às 22h. O coordenador do
Gêmeos da Polícia Militar, capitão Cristiano Paraíso, confia na eficácia do
sistema que seria criado com a implantação do botão de pânico. “A gente
consegue ter a informação instantânea do ocorrido. Existe a resistência quanto
à exposição do rodoviário à ira dos marginais, mas não acreditamos que essa
medida coloque o profissional em evidência”, enfatiza.
(Setps), mas a instituição não se manifestou sobre a questão até o fechamento
desta edição, às 22h. O coordenador do
Gêmeos da Polícia Militar, capitão Cristiano Paraíso, confia na eficácia do
sistema que seria criado com a implantação do botão de pânico. “A gente
consegue ter a informação instantânea do ocorrido. Existe a resistência quanto
à exposição do rodoviário à ira dos marginais, mas não acreditamos que essa
medida coloque o profissional em evidência”, enfatiza.
Para o especialista em Segurança Pública Carlos Alberto da Costa Gomes, a
ideia de implantação do botão de pânico é acertada, mas deve obedecer uma regra
principal. “Acho que é uma política correta, desde que os policiais envolvidos
na operação de tentar deter esse ônibus tenham a perfeita noção de que não se
pode colocar em risco a vida das pessoas”, salienta. “A gente nota que ocorrem
diversos tiroteios em ambientes com diversas pessoas. É uma boa medida, em se
preservando a segurança dos passageiros”, reitera.
ideia de implantação do botão de pânico é acertada, mas deve obedecer uma regra
principal. “Acho que é uma política correta, desde que os policiais envolvidos
na operação de tentar deter esse ônibus tenham a perfeita noção de que não se
pode colocar em risco a vida das pessoas”, salienta. “A gente nota que ocorrem
diversos tiroteios em ambientes com diversas pessoas. É uma boa medida, em se
preservando a segurança dos passageiros”, reitera.
Fonte:
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/policia-quer-que-motoristas-de-onibus-acionem-botao-de-alarme-em-caso-de-assalto/
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