Tarifa de ônibus em Salvador vai a R$ 2,80 e vira a quinta mais cara do Brasil

A
partir de 0h desta segunda-feira, os soteropolitanos vão pagar R$ 2,80 pela
tarifa de ônibus. Na sexta (1º), a prefeitura anunciou o índice de reajuste na
tarifa de 12%. Com o aumento de R$ 0,30, Salvador passa a ocupar o quinto lugar
no ranking nacional das passagens mais caras entre as capitais do Brasil.

O
percentual foi definido após estudos feitos por técnicos da prefeitura. Segundo
o secretário municipal de Transportes e Infraestrutura, José Mattos, o reajuste
levou em conta os cálculos do empresariado, que reclamava de defasagem no preço
da tarifa.  “Tem 18 meses que não
concedemos aumento, mas houve dois aumentos de salário da categoria nesse
período”, justificou.

Depois
de quatro dias de análise, os técnicos chegaram a conclusão que o aumento de R$
0,30 seria, segundo o secretário, “o de menor impacto para a população”. O
pedido de reajuste foi feito pelo Sindicato das Empresas de Transportes de
Passageiros de Salvador (Setps), logo após o Tribunal Regional do Trabalho
(TRT) ter concedido, dia 25, um aumento salarial de 7,5% aos rodoviários em
greve e determinado pagamento de benefícios, como o quinquênio, e elevação no
valor do tíquete refeição. Contudo, o valor pedido pelo Setps foi R$ 3,15.

“Não
tínhamos como deixar de repassar para a tarifa, porque senão aconteceria o que
ocorreu no passado, que é aquela dívida que a Prefeitura tem, através de uma
ação do Setps, que já está transitado em julgado e não cabe mais recurso”,
emendou Mattos, referindo-se à dívida no valor de R$ 600 milhões. Ainda segundo
Mattos, o montante é relativo a desequilíbrios tarifários computados de 1997 a
2005.

O
próximo reajuste da tarifa está previsto para dezembro de 2013 e constará no
edital de licitação que a prefeitura vai abrir em junho, para efetivar
contratos de concessão no serviço de transporte público da capital. Atualmente,
as empresas de ônibus são permissionárias. “Hoje, não temos contrato formal,
onde podemos efetivamente exigir determinadas ações. Mas só posso lançar o edital
após a solução da dívida de R$ 600 milhões”, complementou o secretário.

De
acordo com Mattos, o edital vai proibir, a partir de janeiro de 2013, as
gratuidades não previstas na lei. “É inconcebível ter oficial de justiça,
carteiros e PMs utilizando sem pagar”, disse. O secretário afirmou que pretende
ainda apurar a quantidade de deficientes físicos que utilizam o transporte.

“Temos
uma média de 33,3 mil passagens de deficientes físicos por mês. Mas não parece
que é isso na realidade. Tudo isso impacta no valor da tarifa”, finalizou. O
CORREIO procurou o superintendente do Setps, Horácio Brasil, para comentar o
aumento, mas ele não foi localizado.

Salvador ultrapassa BH e Rio – Com o aumento anunciado ontem pela prefeitura,
Salvador será a quinta capital com a tarifa de ônibus mais cara do país,
atrás  apenas de São Paulo (R$ 3),
Florianópolis (R$ 2,90), Porto Alegre (R$ 2,85) e Campo Grande (2,85). O
reajuste fez Salvador ultrapassar, no ranking, sete capitais. Entre elas,  Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba
(veja ao lado quadro comparativo).

Em
relação ao Nordeste, Salvador já ocupava o primeiro lugar no pódio da carestia,
mas ampliou ainda mais a diferença para a segunda colocada, Maceió, cuja tarifa
foi aumentada para R$ 2,10 em fevereiro deste ano. Em comparação com outras
capitais nordestinas de tamanho semelhante, o valor da tarifa em Salvador é R$
0,65 maior que a de Recife, e R$ 0,80 que a de Fortaleza.

Contudo,
o sistema de transportes públicos urbanos da capital é alvo constante de
críticas de usuários, devido a problemas como frota envelhecida, baixa
quantidade de veículos (2.446) e atrasos de linhas. Apesar das queixas, o
secretário municipal de Transporte e Infraestrutura, José Mattos, disse que,
para reduzir o impacto do aumento, até a Copa de 2014 serão renovados mil
ônibus.

Está
previsto ainda aumento no número de ônibus adaptados para deficientes físicos
para 70% da frota. “A integração tarifária, que antes tinha tolerância de uma
hora para pegar outro ônibus, passará a ser de duas horas”, salientou.
Questionado se o aumento corresponde à qualidade do serviço oferecido, Mattos
disse que o problema é de serviço público: “Como cidadão, vou dizer sempre que
não vale. Como vou dizer também que a tarifa da energia não vale a pena, porque
temos problemas constantes de queda de energia, como a água também tem”.




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