A partir de janeiro de 2015, os usuários do transporte público de Salvador já devem contar com 630 novos ônibus na cidade. Além disso, até lá, todos os 2,4 mil coletivos da frota deverão ter um sistema de monitoramento, acessibilidade para deficientes físicos e integração com o metrô.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (24) pelo prefeito ACM Neto e pelo secretário municipal de Urbanismo e Transportes, Fábio Mota, após a assinatura do contrato de concessão do sistema com os consórcios vencedores da licitação.
“Nós vamos ter uma das frotas mais modernas do país, controlada por GPS, que vai dar maior segurança e permitir que o cidadão saiba que horas o seu ônibus vai chegar através de totens de informação”, garantiu o prefeito. Os totens devem ser instalados nos pontos de ônibus até o final de 2015. “Estamos dando o primeiro passo para que Salvador tenha um transporte público de qualidade”, garantiu.
Também em janeiro deve acontecer o reajuste da tarifa, que custa R$ 2,80 desde 2012.Segundo o subsecretário de Urbanismo e Transportes, Orlando Santos, o novo valor deve seguir a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre dezembro de 2013 e dezembro deste ano. “Como ainda temos dois meses de variação, precisamos esperar”, explicou.
Visual
Os novos ônibus já devem ser adequados a um novo leiaute e até o final do ano que vem, toda a frota já poderá ser identificada por novas cores. Cada uma das três bacias terá uma cor específica: o consórcio Plataforma, da bacia do Subúrbio, terá veículos amarelos; o consórcio Ótima (Jaguaribe), que irá circular na área chamada Miolo, será verde; já o consórcio Salvador Norte, que terá linhas na orla e Centro, será azul.
‘Hoje, temos várias empresas de ônibus. Agora, teremos esses três consórcios respondendo pela cidade”, anotou Neto. Atualmente, 16 empresas compõem o sistema de ônibus da capital.
Os consórcios incluem companhias que fazem parte do sistema atual: o Plataforma conta com Axé, Boa Viagem, Joevanza e Praia Grande; o Ótima tem as empresas Modelo, São Cristóvão, RD, Expresso Vitória, União, Vitral, Transol e Triunfo, e o consórcio Salvador Norte tem BTU, Rio Vermelho, Verdemar e ODM Transportes (Ondina) e Central.
Novidades
Apesar da permanência de alguns dos atuais prestadores do serviço, Fábio Mota garante que isso não irá impedir o aperfeiçoamento do sistema. “Para a prefeitura, é mais fácil fiscalizar três consórcios do que 20 empresas. E as empresas vão ficar mais robustas, evitando o que aconteceu esse ano, quando teve empresa que quebrou”, disse, referindo-se a Barramar, que decretou falência.
Ontem, os consórcios pagaram, juntos, R$ 36 milhões do valor total da concessão, que segue o modelo de outorga onerosa por 25 anos. Os R$ 144 milhões restantes de um total de R$ 180 milhões devem ser pagos em 60 meses.
Segundo o prefeito, o dinheiro será usado para soluções em mobilidade urbana, incluindo a construção de um Centro de Controle Operacional, para acompanhar a frota.
Agora, as empresas devem se adequar às regras. “Salvador é a terceira capital do país e é assim que deve ser. Vai ter qualidade também para os funcionários”, disse o representante do consórcio Salvador Norte, Marco Trinchão.
Em janeiro, todos os ônibus já devem contar com o sistema de GPS e monitoramento instalado, além de acessibilidade. “Vamos reduzir a idade da frota para até 3,5 anos, superando o edital, porque essa seria a meta para 2016”, afirmou Mota. A idade média da frota atual é de 8 anos.
Adaptação
A prefeitura, assim como os consórcios, deve dar início a estudos para o redesenho das linhas. “Por isso, licitamos áreas e não linhas. A partir disso, vamos planejar linhas mais rápidas e roteiros mais definidos”, diz o secretário. O redesenho poderá ser feito ao mesmo tempo que o estudo, que deve ser concluído até setembro próximo. Os pontos de partida e de chegada de cada linha devem ser nas bacias a que pertencem. Contudo, os coletivos poderão transitar por todas as áreas.
As novas linhas devem levar em conta a integração com o bilhete do metrô, cujo valor deve ser definido no próximo mês, segundo ACM Neto. “Não temos interesse em ônibus concorrendo com metrô, mas queremos que o usuário pague uma tarifa justa”, comentou.
Além disso, após a conclusão dos estudos, em 2015, o tempo disponível para a integração do Bilhete Único deve passar de duas para três horas. Também serão construídos módulos de conforto para os rodoviários. “Essa era uma luta histórica e esperamos que as medidas não tragam prejuízos”, disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira.
Com Informações do Jornal Correio 24horas
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