Uma placa de trânsito fornecida pela Sitran Sinalização de Trânsito Industrial Ltda. à Prefeitura de Salvador pode custar quase o dobro da mesma vendida pela empresa à administração de Camaçari. A companhia fornece sinalização vertical e horizontal à capital baiana desde 2009, em contrato milionário que é renovado a cada ano sem abertura de nova licitação.
Consultada pela Metrópole, a Superintendência de Trânsito e Transporte de Camaçari informou que uma placa de alumínio modulada custa R$ 366,25 por m². Já segundo a Transalvador, o mesmo objeto é cobrado por R$ 678,63 o m². Este tipo de placa de alumínio deve ser “totalmente refletida, com fundo e letra em película de alta intensidade, inclusive com acessórios de fixação”, conforme confirmaram a assessoria de comunicação de Camaçari e da Transalvador.
A cidade do Polo também economiza em relação à capital com outra placa mais cara, feita de poliéster com fibra de vidro. Camaçari paga R$ 403, enquanto a Salvador desembolsa R$ 731 por m². Uma placa do mesmo material, só que de 5 mm, chega a custar R$ 843 em Salvador.
Na reportagem da semana passada, a Metrópole mostrou que, desde 2011, o valor pago pela Transalvador pelo fornecimento de materiais de sinalização aumentou 11 vezes – de R$ 400 mil para R$ 4,5 milhões em 2014. No ano passado, Salvador firmou um aditivo de um ano a quase R$ 10 milhões com a Sitran.
Para a transalvador, preços estão “em consonância com o mercado”
O superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, tinha garantido, na reportagem da semana passada, que o contrato passou por auditoria para comparar os preços cobrados pela Sitran. “Esse contrato foi auditado. Foi visto que os preços estavam dentro do valor de mercado, que o serviço era bem prestado e, dessa forma, foi renovado, sem necessidade de nova licitação”, disse.
A Transalvador ainda confirmou a situação em comunicado enviado à Metrópole após a publicação: “Reiteramos que, havendo previsão legal para a renovação (…), a empresa já auditada demonstrou lisura e preços cobrados em consonância com os praticados por outras empresas no mercado, além de excelente serviço prestado à cidade”.
Em belo horizonte, valores também são menores
Ainda tentando compreender que preços são cobrados fora de Salvador, entramos em contato com a BHTrans – equivalente da Transalvador em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. E qual não foi nossa surpresa ao descobrir que os valores praticados lá também são inferiores aos daqui: o m² das placas de BH custa de R$ 242 a R$ 585 à Prefeitura. O maior valor praticado lá, portanto, é 30% menor que o maior preço pago em Salvador – R$ 803.
Transalvador pede nota técnica à Sitran
Consultado pela reportagem na tarde da última quarta-feira (11), Muller afirmou que não se tratam das mesmas placas e pediu uma nota técnica à Sitran que assegure esta informação – embora, não custa ressaltar, tanto a Transalvador quanto Camaçari confirmaram as especificações à Metrópole. “A empresa ficou de mandar uma nota técnica demonstrando as diferenças. Quando você compra um carro pode comprar um Gol ou um Civic. Há diferença de preço e de especificação”, disse o superintendente.
Com Informações do Metro1
Seja o primeiro a comentar