Passarelas sem manutenção são risco para pedestres

Moradia popular, ponto comercial e depósito de
objetos. As 29 passarelas construídas em Salvador passaram a ter diversas
funções e, devido a isso, cada vez menos conseguem servir de forma eficiente
para o seu objetivo de locomoção de pedestres, que precisam atravessar as
principais avenidas da cidade com segurança.
A má utilização desses equipamentos por algumas
pessoas acelera o processo de degradação e compromete o deslocamento dos
usuários, principalmente de quem tem alguma dificuldade de locomoção. “Tem
gente que transporta carro de mão, bicicleta, moto, cavalos. Tudo isso ajuda a
deteriorar o equipamento. Passarela é apenas para pessoas.  Há ainda os ambulantes,  que insistem em colocar mercadorias no mesmo
espaço destinado aos transeuntes. Fazemos a fiscalização, mas eles voltam”,
denuncia Euvaldo Jorge, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano de
Salvador (Desal), órgão responsável pela manutenção das passarelas, que faz um
apelo: “A população é corresponsável pela conservação dos equipamentos, se
identificar problemas, favor denunciar à prefeitura, por meio do telefone
3171-4202, que vamos fazer o serviço necessário”, alerta.

Vendedor ambulante instalado na passarela do Bonocô
há mais de dois anos, José Araújo reconhece que não é o local mais indicado,
mas, por ter uma grande movimentação de pessoas, é lucrativo para os seus
negócios e por isso insiste em manter o seu comércio no local, uma espécie de
loja de bolsas e sapatos, que aceita inclusive cartão de crédito nas
transações.
“Eu quero me regularizar, mas, enquanto eles não
oferecem um lugar bom, vou ficar por aqui. Eu até presto um serviço, pois, com
a minha presença, a passarela ficou mais segura”, conta o ambulante, conhecido
como o Coroa das Sandálias.
Por serem cobertas, muitos moradores de rua escolhem
as passarelas como abrigo. É o caso de Almir Amâncio Miguel, 71 anos, há três
instalado em um dos pilares da passarela do Bonocô. “Venho aqui para descansar,
pensar na vida. Durmo sempre aqui e ninguém nunca me incomodou. Mas só fico
durante o dia. À noite, eu tenho medo”, conta Amâncio, que aproveita o local
também para armazenar os materiais recicláveis 
que coleta pelas ruas.
Insegurança – Além da má conservação das estruturas,
as passarelas de Salvador sofrem com outro problema: a falta de policiamento.
“Já presenciei vários roubos aqui. Os marginais chegam e abordam as pessoas, e
ninguém percebe, se está todo mundo apertado? Tenho medo demais, só passo por
aqui (passarela do Iguatemi-Rodoviária) quando não tem jeito”, revela a
estudante Vilma dos Santos.
Segundo o presidente da Desal, as passarelas do
Bairro da Paz, Bonocô, próximo à entrada de Cosme de Farias, e a do Iguatemi,
no horário de pico, são as que têm maior índice de furtos e roubos.  “Eu mesmo já fui assaltado em uma delas. Fui
fazer uma visita de rotina e fui surpreendido com a ação de um deliquente. Eles
agem em grupo  para coibir a ação dos
policiais”, conta o presidente da Desal.
Fonte: http://atarde.com.br/noticia.jsf?id=5796367

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