Governo estabelece R$ 3,90 para integração, mas não define prazo para metrô chegar a Cajazeiras

O metrô de Salvador deverá correr sobre os trilhos dias antes da bola começar a rolar na Copa do Mundo de 2014. Após 14 anos de obras e inúmeros adiamentos, é esse o novo prazo para a inauguração do sistema metroviário, agora sob responsabilidade do governo do estado. A tarifa será de R$ 3,10 para quem transitar somente pelos vagões e de R$ 3,90 para os usuários que utilizarem a integração ônibus+metrô.
Ontem, o governador Jaques Wagner (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) assinaram o termo que transfere a propriedade da Companhia de Transportes Urbanos (CTS) da prefeitura para o estado — é esta empresa que detém a posse da Linha 1 do metrô e dos trens do Subúrbio. Junto com os trens, trilhos e estações, vieram problemas de ferrugem, infiltrações, sujeira e muito mato. Resultado do descaso com o equipamento, que já custou mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Desde 2010, os trens estão parados à espera de uma solução que o torne viável financeiramente.
Segundo o governador, em até 20 dias será publicado o edital para selecionar a empresa ou consórcio que irá participar da parceria público-privada (PPP) responsável por finalizar a obra da Linha 1 até a Estação Pirajá e pela construção da Linha 2 (Bonocô até Lauro de Freitas, pela Avenida Paralela). A PPP vai operar o sistema por 30 anos.
Na solenidade, Wagner justificou que, apesar de o trecho de 6,6 quilômetros da Lapa ao Acesso Norte já estar pronto, ele não funcionará de imediato porque é muito pequeno. “Não está em condições de funcionar porque é um trecho muito limitado. A demanda de passageiros no primeiro trecho é muito pequena e para rodar pode depender de subsídio que se mostra absolutamente incompatível com a própria licitação feita”, disse.
O plano é de que até o Mundial de futebol as obras até a Estação do Retiro estejam concluídas, quando então será inaugurado o sistema. A empresa que vencer a licitação da PPP terá ainda de inaugurar o trecho até a Estação Pirajá (mais 5,6 quilômetros, a partir do Acesso Norte) até o fim do ano que vem. A licitação impõe ainda outro prazo: seis meses, a partir da assinatura da parceria, para que seja formulado um projeto de expansão da Linha 1 até Águas Claras/Cajazeiras. 
O projeto definirá o custo da obra, o tempo para construi-la e vai estimar o número de passageiros que deixarão de andar de ônibus para usar o metrô. A ideia é ter mais 5 quilômetros de trilhos e duas novas estações: uma próximo à Brasilgás e outra em Águas Claras. Esta ampliação, todavia, não está no orçamento de R$ 4,2 bilhões previsto para as construções e não tem prazo para sair do papel. 
“De repente até para o negócio metrô, o próprio empresário quer construir, fazer investimento, porque ele vai agregar novos usuários. O apetite empresarial deve falar mais alto. E o governo do estado pode entrar participando (com dinheiro) porque nos interessa levar esse meio de transporte a uma concentração grande como é Cajazeiras”, disse Wagner.
Linha 2 – As obras que ligarão o metrô a partir da Avenida Bonocô até Lauro de Freitas, com a última estação próximo à Insinuante, serão iniciadas somente após a conclusão da Linha 1 — fim de 2014. Serão 24 quilômetros de linha a partir do Centro da cidade. Para esta obra, o governador também não quis falar de prazos. 
Segundo ele, a inauguração será por etapas, à medida que cada uma das 13 estações ficarem prontas. “É uma obra que vai se ampliando. Eu prefiro não ficar prometendo prazos. O interesse da empresa é de inaugurar tudo o quanto antes, até para começar a faturar”, disse.
A licitação para PPP do metrô deverá ser concluída até novembro deste ano, quando as obras seriam imediatamente retomadas. Do total de R$ 4,2 bilhões, R$ 1 bilhão virá de verbas do governo federal via PAC Mobilidade Grandes Cidades, outro R$ 1 bilhão do governo do estado através de empréstimo da Caixa Econômica Federal e mais R$ 283 milhões do governo federal que sobraram de convênio para a construção da Linha 1.
Nesta conta, ainda faltam R$ 2 bilhões, dinheiro que virá da soma do investimento feito pela parceria privada, a ser definido na licitação, mais a contraprestação financeira do governo do estado.
Integração – No acordo firmado entre prefeitura e estado, ficou decidido que as empresas de ônibus receberão R$ 1,10 por cada passageiro que fizer a integração com o metrô. Houve o compromisso da prefeitura ainda de retirar de circulação as linhas de ônibus que hoje fazem o percurso que será do metrô, obrigando assim os cidadãos a utilizar o novo modal. “Vamos licitar a concessão das linhas de ônibus esse ano e garantir uma total e completa integração. Não vamos competir com o sistema do metrô”, assegurou ACM Neto.
Segundo o prefeito, a concessão irá redesenhar o percurso de linhas existentes e exigirá ainda a total renovação da frota. “A ideia é que a pessoa que vai andar de ônibus e metrô tenha mais conforto, mais velocidade e menos custo do que andar de carro. Vai desestimular o uso do carro como transporte diário”, disse.
As linhas metropolitanas de ônibus também serão encurtadas, com ponto final na Estação Pirajá, por exemplo.
Fonte:
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/governo-estabelece-r-390-para-integracao-mas-nao-define-prazo-para-metro-chegar-a/

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