Quem quiser fazer um grande evento de entretenimento em Salvador tem uma série de gastos para organizar estruturas, confeccionar ingressos e pagar as atrações, mas também há outros gastos que o público desconhece. Entre estes, está o custeio do ordenamento de trânsito por parte da Transalvador e, de acordo com os empresários do ramo, as cobranças são abusivas e desestimulam a montagem das festas.
De acordo com a tabela oficial do órgão de trânsito, há preços específicos ordenados por número esperado de expectadores e horário de duração do evento. A depender destas variáveis, o empresário pode pagar R$ 36 mil à prefeitura por um efetivo que opera durante 4 horas. Cada hora subsequente pode custar R$ 9 mil a mais. O decreto é o 20.042, publicado em 24 de setembro de 2009.
Marcelo Brito, dono da Salvador Produções, confirmou que a cobrança é feita, mas afirma que nos últimos tempos os valores sofreram reajustes classificado por eles e seus colegas como espantosos. O peso do orçamento na festa foi um dos motivos que levaram a produtora a cancelar o evento Samba Salvador há duas semanas, embora não o mais preponderante.
Ele afirma estar “surpreso” com o aumento das cifras e disse que está se reunindo com colegas de mercado para solicitar uma reunião com o secretário de Urbanismo e Transportes, José Carlos Aleluia, e o titular da Transalvador, Fabrizzio Muller, para pedir explicações sobre o porquê dos valores atuais. “Não é que eu seja contra a cobrança. Nós só queremos entender por que este preço”, argumentou.
Entrevistado pelo Bocão News, Muller disse estar totalmente aberto a receber os empresários para lhes explicar a situação da cobrança pelas operações. Ele alega, entretanto, que não houve nenhum reajuste de taxas no decreto e que o preço é o mesmo desde que foi instituído. Ele arrisca que a diferença pode ter sido que, na última gestão, a Transalvador não cobrava os valores corretos, o que atualmente foi corrigido. “Estes são os valores de sempre, não mudaram absolutamente nada. A diferença é que agora estamos cobrando os valores exatos que constam no decreto”, esclareceu.
O titular do órgão de trânsito explica que as taxas existem para compensar os custos do poder público com equipe e estrutura para monitorar eventos privados. “No Festival de Verão, por exemplo, são 40 pessoas envolvidas para atuar com viaturas, máquinas, fiscalização. Então precisa de água, lanche, diárias, tudo isto”, ensina. Muller garante que, na semana passada, reuniu-se com os empresários que organizaram o Villa Mix e explicou a lógica do decreto e, segundo o titular, houve compreensão por parte dos donos da festa e consequente pagamento da operação.
Apesar disto, Fabrizzio Muller reconhece que alguns valores são excessivos e que a Transalvador se debruça atualmente sobre um “levantamento criterioso” para redimensionar os valores de acordo com as necessidades da superintendência. Portanto, de acordo com ele, em breve haverá uma nova tabela com base na real estrutura que a Transalvador pretende dispensar para ordenação de eventos de acordo com a área da cidade e expectativa de audiência.
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