O movimento percorreu a Fazenda Grande do Retiro, Largo do Tanque, Cidade Baixa, Comércio e Ladeira da Montanha, fazendo paradas em pontos estratégicos e informando à população sobre o motivo do protesto.
Segundo o presidente do Sindicato Estadual dos Mototaxistas, Osvaldam Tupyassu, a prefeitura não fez uma convocação concreta e os motociclistas ficaram sabendo que seriam impedidos de trabalhar por comunicados via imprensa: “Eles (a prefeitura) não fizeram uma convocação. Não aceitam que nós circulemos no Carnaval por estar nos tratando como taxistas clandestinos”.
De acordo com Tupyassu, a profissão é reconhecida legalmente em nível nacional, porém em Salvador, com mais de 6 mil mototaxistas já circulando, ainda não foi regulamentada. “No Brasil somos reconhecidos como taxistas, mas no município a questão ainda está para ser conversada. A nossa luta é exigir a regulamentação e que comecemos já durante o Carnaval, o que não está sendo atendido”, reclamou.
O mototaxista Augusto Santos queixa-se da falta de atitude da prefeitura em viabilizar a regularização da profissão. Segundo ele, em 73 municípios baianos (como Valença, Camaçari e Feira de Santana) os trabalhadores são classificados como taxistas e em Salvador, ainda são classificados de forma ilegal.
Outra reclamação de Santos é que o órgão de trânsito na cidade de São Paulo organizou um treinamento gratuito para motoboys (motociclistas servidores de empresas privadas que transportam produtos) e para mototaxistas. Em Salvador, o Detran vai ministrar um curso custeado pelo próprio trabalhador:
“Não é justo que em São Paulo o município financie um curso para motoboys e em nossa cidade os mototaxistas tenham que pagar para ter a liberação do Detran”.
Prefeitura fecha o cerco – Independente da regulamentação nacional, que reconhece a profissão de mototaxista, em Salvador o serviço ainda não é regulamentado. Mesmo para os trabalhadores organizados em cooperativas e com um sindicato organizado, a função não é registrada na prefeitura e o transporte é considerado ilegal.
De acordo com o secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, a Transalvador e a Polícia Militar fiscalizarão o trânsito durante o Carnaval e aplicarão as sanções para os que desrespeitarem a legislação.
“Pela segurança das pessoas, a lei será cumprida e não será permitido qualquer tipo de transporte clandestino durante o Carnaval”, afirmou o secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, durante a entrevista coletiva sobre os preparativos da festa popular, no início da tarde desta segunda, no Barravento.
“A nossa recomendação é que a população utilize os táxis e os ônibus nos deslocamentos para a festa”. Por serem regulamentados e registrados na prefeitura, segundo ele, são veículos mais seguros.
“No caso de qualquer problema com táxis e ônibus, é possível identificar imediatamente os responsáveis. Isso não ocorre com o transporte clandestino, que, sem nenhum controle do poder público, oferece alto risco aos usuários”, finalizou o secretário.
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