Surreal. Ilógico. Bizarro. Estranho. Alguns adjetivos sinônimos podem – ou deveriam – explicar a decisão de excluir o convênio de cooperação técnica existente há mais de nove anos entre Transalvador e Semob. O que poderia ser considerado como uma prerrogativa da gestão municipal por meio do Superintendente do órgão, encontra abrigo no errante inesperado que afronta os princípios da Administração Pública.
A decisão faz retornar para Transalvador, servidores que atuam no quadro da Semob em diversas atividades daquele órgão, contribuindo assim para a cidadania com largas experiências e oferta de aprendizado para os mais jovens. O que causa estranheza é que esses trabalhadores que tiveram seus nomes listados na portaria 291/24, alguns deles são aqueles que participam ativamente das mobilizações da categoria e enfrentam as diversas situações que prejudicam nossos trabalhos com coragem e atitude.
O protagonismo demonstrado por esses colegas na mobilização parece ter causado embaraço aos gestores municipais que no pós eleição decidiram ignorar o quadro de pessoal em déficit na Semob para diminuir o contingente ainda mais. Essa medida contrasta com a “briga” feita pela Secretaria para dividir o quantitativo de novos agentes convocados recentemente pela gestão municipal. A incoerência reina na situação ou será que existe um desencontro político entre os gestores? Parece uma sugestiva coincidência que alguns dos “listados” são conhecidos por seus destacados enfrentamentos nos órgãos investigativos e na Justiça contra desmandos ou supressão de direitos conquistados. Não se pretende crer que essa atitude “de gestão” (?) seja uma velada perseguição ou assédio explícito, pois caracterizando-se, não haverá outro caminho senão combater a perversa intenção.
Um aspecto que beira a surrealidade é a “convocação” de servidores aposentados pelo órgão na abusiva e famigerada relação conhecida vulgarmente “Lista de Schindler às Avessas”. Colegas que estão afastados do desempenho de suas funções por conta de licença médica também foram nominados para o “imediato” retorno. O escárnio fica claro quando as memórias de colegas falecidos são desrespeitadas com as inclusões de seus nomes na listagem cultivada no berço da bizarrice.
“Estamos em estado de atenção redobrada para coibir possíveis abusos que porventura existam na intenção dessa medida que nos causou estranheza. O desconforto do abuso às memórias de nossos colegas que estão em outro plano de vida e a dores psicológicas trazidas aos enfermos exalam nossa repulsa. Acionamos nossa Assessoria Jurídica para ao passo de identificarmos qualquer anormalidade que mereça nossa ação, que as medidas saneadoras sejam tomadas em imediato para garantir direitos, respeito e dignidade diante de algo tão surreal e que rasga qualquer rascunho dos princípios da Administração Pública”, comentou o presidente da ASTRAM, Luiz Bahia.
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