Depoimento interessante, vale a pena a leitura!

Nem tudo
está perdido: o agente de trânsito enquanto educador
Se você perguntar para qualquer motorista do país
qual a função de um agente de trânsito, a maioria vai responder: “Fiscalizar ou
Multar”. Mas a a realidade não deveria ser essa. O agente de trânsito não
deveria ser, antes de tudo, um educador?
Em tempos de trânsito cada vez mais movimentado e
violento nas capitais e até mesmo em cidades do interior, cabe uma reflexão:
até que ponto os órgãos de trânsito estão realmente interessados em educar os
condutores e mesmo pedestres?
E, considerando que estejam interessados na educação
e na segurança do tráfego, até que ponto as multas auxiliam nesse processo
educativo? O que é melhor: educar pela punição ou educar dando boa educação e
formação e disseminando informação?
Certamente a formação de condutores mais conscientes
depende de diversas coisas. Desde a alteração nos costumes socio-culturais do
país até a educação recebida em casa e na escola, passando também por cursos de
formação de condutores mais sérios e maior número de aulas de direção. Seja
como for, vou tentar me ater aqui a dicotomia agente de trânsito multador x
educador.
Essa discussão pode ser bastante polêmica. Muita
gente vai dizer que os governos (União, Estado e Prefeituras) só estão
interessados na arrecadação que as multas podem proporcionar. Outros dirão que
o Estado apenas cumpre seu papel e que motorista que anda dentro da lei não tem
que se preocupar, pois jamais será multado.
Pessoalmente vou dar alguns exemplos para tentar
suscitar uma reflexão. Desde já afirmo minha posição: as multas podem ser úteis,
mas a meu ver não são a melhor forma de educar um condutor e, nos dias de hoje,
muitos agentes fiscalizadores sequer estão interessados com a real segurança do
tráfego, e sim com o seu “desempenho” enquanto geradores de receita para o
Estado.
Vamos aos
exemplos:
1) Quando você toma uma multa de radar e está
dirigindo um carro que não é seu, a multa vai para o dono do carro, que
teoricamente deve indicar quem é o condutor responsável pela infração. Mas (ao
menos em São Paulo), caso o carro esteja registrado no nome de alguém que não
tenha CNH, você pode apenas pagar a multa e mesmo que não indique o condutor
tudo fica numa boa.
Ninguém leva os pontos. Desde que a multa seja paga,
o governo não vai atrás para saber quem cometeu a infração. Isso reforça a hipótese
de que para o governo o que importa é o dinheiro arrecadado, e não a punição do
condutor em si (pontos na carteira). Alguém que tem muito dinheiro pode
tranquilamente tomar e pagar quantas multas forem necessárias e, caso o carro
esteja registrado no nome de alguém que não tenha CNH, fica tudo por isso
mesmo.
2) Recentemente um motorista bateu em meu carro em
uma rodovia. Bateu, acelerou e fugiu, tudo muito rápido. O sujeito
provavelmente não estava em bom estado ou devia alguma coisa para alguém, caso
contrário não estaria dirigindo em alta velocidade ziguezagueando.
Seja como for, como o meu carro não tinha tanta
potência quanto o dele e mesmo que tivesse não sei se seria prudente
persegui-lo (eu poderia tomar multas por radar e mesmo que o pegasse ele
poderia estar armado). Enfim, parei no posto da Policia Rodoviaria Estadual
(SP) mais proximo. Chamei o Policial. O mesmo me perguntou se eu tinha pego a
placa. Respondi que não porque nos 2 segundos que tive não deu para pegar a
placa. Mas sabia as caracteristicas do veículo e tinha parado mais para
avisa-lo mesmo que tinha alguém dirigindo feito um louco na rodovia (ele
poderia avisar os policiais a frente, perseguir o fulano, enfim), isso poderia
evitar mais acidentes. Mas o policial se mostrou completamente desinteressado.
O dano no meu carro nem foi tão grande e ninguém se feriu, pelo menos. Mas o
policial estava interessado na segurança do tráfego, ou estava interessado em
meros entraves burocráticos?
Enfim, são exemplos pontuais, mas que me levam a
acreditar que nos dias de hoje é difícil encontrar agentes e órgãos de trânsito
interessados em educar e disseminar informação.
Um agente de trânsito que é, antes de tudo, um
educador. Um cidadão promovendo cidadania. Ele conversa com os pedestres e
motoristas. Orienta. Não está meramente interessado em burocracia, está
interessado em melhorar o tráfego na sociedade em que vive. Uma pena que ele
seja excessão, e não regra. Mesmo assim, pessoas como essas nos mostram uma luz
no fim do túnel. Nem tudo está perdido.
Por: Gerson J. Freitas
Fonte; http://www.noticiasautomotivas.com.br/nem-tudo-esta-perdido-o-agente-de-transito-enquanto-educador/

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