Contrato vence e 32 lombadas eletrônicas são desativadas em Salvador

Enquanto a Transalvador aperta o “liga e
desliga” na fiscalização eletrônica da capital baiana, a segurança no trânsito
fica em modo de espera. Há dez dias, as 32 lombadas eletrônicas (que registram
a velocidade dos veículos) instaladas em 2008, em substituição a quebra-molas,
foram desligadas.
Dessa vez, o dedo no interruptor está além da
alegada falta de dinheiro nos cofres do órgão de trânsito. De acordo com o
titular da Superintendência de Trânsito e Transportes, Renato Araújo, o
contrato com a empresa Eliseu Kopp Tecnologia, que geria as lombadas, acabou em
maio, antes de ele assumir o posto. “Um novo processo licitatório foi aberto em
25 de julho para contratar uma nova empresa ou renovar com a mesma”, diz
Araújo, sem conseguir definir quando a licitação acaba.
Na sequência, Araújo lembra que os motoristas
não podem fazer o que quiserem só porque os equipamentos estão desligados.
“Cabe a cada cidadão conduzir dentro da lei. O cidadão precisa se educar, não
tem que pisar fundo”.
A lista de problemas da Transalvador com a
estrutura de fiscalização da cidade só cresce. No mês passado, o órgão foi
obrigado a devolver 64 carros alugados para quitar uma dívida de R$ 2,6 milhões
com a locadora Tradekar Transporte e Serviço Ltda..
Além disso, a Superintendência enfrenta
dificuldades para realizar blitze da Lei Seca nos finais de semana, por causa
de uma dívida de R$ 200 mil referente ao pagamento de operações especiais aos
agentes, segundo informações do sindicato dos servidores da Transalvador
(Astram). Já o conjunto de sinaleiras, em que boa parte dos equipamentos já
ultrapassou os 20 anos de uso, também apresenta falhas com frequência.
Há exatamente um ano, 37 radares (equipamentos
que multam ao registrar excesso de velocidade) voltaram a funcionar depois de
ficarem seis meses desativados. Na época, a Transalvador teve que  assinar um novo contrato com a Eliseu Kopp,
mesma empresa responsável pelas lombadas eletrônicas. Também no ano passado,
outros 13 novos equipamentos também foram instalados em 2011.
Segundo Renato Araújo, todos os radares e
fotossensores (equipamentos que multam excessos de velocidade, invasões de
sinal e paradas nas faixas de pedestres) estão funcionando bem e não correm
risco de desligamento. 


Liberdade – O CORREIO circulou ontem pelas ruas
e constatou que onde há lombada eletrônica o trânsito tem sido controlado pelo
engarrafamento ou pela vontade de motoristas e pedestres.
Em um dos quebra-molas digitais do Dique do
Tororó, até o adesivo com indicação da velocidade máxima permitida na via (60
km/h) foi retirado.
Conhecedora da área, a vendedora ambulante
Maria Aparecida Carvalho, 58 anos, acha que corre mais risco com o desligamento
das lombadas eletrônicas.
“Os carros passam adoidados aqui. Já
presenciei vários acidentes porque os motoristas correm demais. Eles (os
condutores) já não respeitam com tudo funcionando, agora vai piorar”.
Em frente ao Hospital Aristides Maltez, na
Avenida Dom João VI, Brotas, a falta do equipamento tumultua ainda mais o fluxo
de veículos e transeuntes. Ali, a velocidade máxima permitida é de 40 km/h.
“Os pedestres disputam com os motoristas.
Tenho responsabilidade no trânsito, mas todos acabam reféns dos maus
motoristas. O pior mesmo é ficar à mercê da Transalvador. Cadê o dinheiro das
multas?”, questionou o turismólogo Edmilson Nogueira, de 38 anos.
Verba – A assessoria da Superintendência afirma,
através de nota, que de janeiro a julho deste ano a Superintendência arrecadou
em torno de R$ 21 milhões com a aplicação de multas e cobranças de taxas de
guincho e diárias por permanência no pátio de carros apreendidos.
Os recursos, ainda segundo a Transalvador, são
aplicados na manutenção dos conjuntos semafóricos e no pagamento de aluguel dos
equipamentos eletrônicos de controle de velocidade, incluindo aí os radares,
fotossensores e as lombadas que estão desligadas.
“A verba também é empregada na realização de
campanhas educativas, no fardamento dos agentes e na implantação ou reforço da
sinalização”, conclui a nota. Procurados, os representantes da Eliseu Kopp
informaram que não se manifestariam sobre o assunto.
Lombadas desativadas
Avenida Suburbana 7
Avenida Dorival Caymmi  2
Estrada da Liberdade 2
Avenida Paralela 2
Dique do Tororó 2
Avenida Dom João VI   2
Avenida Bonocô 1
Cajazeiras 2
Rua Genaro de Carvalho (Pirajá) 4
Sussuarana 2
Túnel Américo Simas 1
Rua Amazonas (Pituba) 1
Avenida Orlando Gomes 2
Rua São Marcos 2
Fonte:
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/contrato-vence-e-32-lombadas-eletronicas-sao-desativadas/?tx_comments_pi1[page]=1&cHash=51db91f05bfa7eb5bcb835f5fda72a36

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