Para implantar o programa, a prefeitura leva em conta uma divisão da cidade em quatro zonas: Subúrbio, Miolo, Orla e Centro. Nessa primeira fase do programa, para pagar apenas uma passagem, o passageiro que precisar utilizar dois ônibus deverá fazer a integração em um período máximo de duas horas, em veículos de áreas diferentes — a letra que indica a área fica fixada no para-brisa dos coletivos.
Para ter acesso ao benefício do bilhete único, o passageiro pode usar qualquer modalidade do Salvador Card — meia-passagem estudantil, vale-transporte ou bilhete avulso. O equipamento eletrônico nos ônibus já utilizado para o Salvador Card controlará o intervalo de tempo e o deslocamento entre as áreas da cidade. A prefeitura acredita que a medida aumentará o volume de emissões do bilhete avulso, cujo cartão custa R$ 5,60 e pode ser recarregado em 110 pontos distribuídos pela cidade.
Novembro – Já em novembro a prefeitura promete implantar a segunda etapa da integração. A partir do dia 3 será possível pagar uma única tarifa para se deslocar também dentro da mesma zona. Segundo o secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, a separação por etapas se dá por conta de uma questão operacional.
A terceira etapa da integração ocorrerá após a nova concessão do transporte público — ainda sem prazo definido. A partir de então o intervalo permitido entre a primeira e a segunda viagem será de três horas.
Em nota, o Movimento Passe Livre Salvador criticou o projeto: “A proposta do bilhete único apresentada hoje não está de acordo com a pauta exigida pelo Movimento Passe Livre Salvador, tendo em vista que a duração do bilhete, de duas horas, não condiz com a realidade da população periférica a qual diariamente demora mais de duas horas para chegar a seu destino”.
A proposta é que o bilhete tenha quatro horas de duração e seja válido para todas as modalidades de transporte público, inclusive o metrô.
Sem subsídio – Segundo o prefeito, as medidas não implicam em gastos para a prefeitura. “Não vai custar nada à prefeitura, vai custar ao sistema. A prefeitura está fazendo tudo isso sem ter que colocar um centavo de subsídio e sem ter que aumentar a tarifa”.
Segundo Neto, os custos serão pagos pelo Sindicato das Empresas de Transporte (Setps). “O Setps é regulado pela prefeitura. A prefeitura tem autoridade para tomar as decisões e é isto que nós estamos fazendo desde o começo do ano. Eu estou consciente que o sistema vai ter que entender que vai ganhar menos dinheiro”, declarou.
Em nota, o Setps informou que “as determinações da prefeitura serão cumpridas pelas operadoras” e que o impacto só poderá ser estimado em aproximadamente um mês.
Domingo é Meia é ampliado e passa a permitir o Salvador Card
A partir do próximo domingo fica estendido também o benefício do programa Domingo é Meia. Implantado na cidade no dia 31 de março deste ano, o programa estabelece a meia-tarifa (R$ 1,40) aos domingos nos ônibus convencionais e no Sistema de Transporte Coletivo por Ônibus de Salvador (STCO) e no Subsistema de Transporte Especial Complementar (Stec), desde que a passagem fosse paga em dinheiro.
Com a ampliação do programa, fica valendo a meia-passagem para aqueles que pagam também usando o Salvador Card (bilhete avulso e vale-transporte). Para os estudantes, que já pagam meia-passagem com o Salvador Card, não haverá acúmulo no benefício.
De acordo com a prefeitura, a medida vai beneficiar 450 mil usuários do sistema, 100 mil a mais do que a primeira fase. Aos domingos, os usuários terão o benefício dos dois programas: quem tiver o cartão do bilhete avulso pagará R$ 1,40 na passagem do primeiro ônibus e na segunda passagem não terá qualquer custo.
O Movimento Passe Livre Salvador se posicionou contra as condições. “Não concordamos com a restrição desse benefício aos estudantes. Nossa proposta é que o valor cobrado aos mesmos seja de R$ 0,70”, pediu o movimento, em nota. O secretário de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, disse que a prefeitura pretende acabar com o monopólio das linhas de ônibus por parte das empresas. Ele disse que apresentará ao prefeito, já na próxima semana, a estrutura do novo sistema de linhas, que será modificado de maneira a otimizar o transporte.
O secretário afirmou ainda que já existe um pré-entendimento com o governo do estado para discutir a questão do transporte na Região Metropolitana. Segundo ele, um dos grandes problemas de Salvador é o excesso de linhas metropolitanas que operam na capital e têm, entre os passageiros, até 80% de soteropolitanos.
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