A Tarde: Falta de estrutura agrava crise no trânsito de Salvador

Sinaleiras quebradas e fotossensores (radares) desligados, faixas de pedestre apagadas, placas sinalizadoras deterioradas e fiações expostas. Estes são alguns dos problemas enfrentados por motoristas e pedestres no engarrafado trânsito da capital baiana nos últimos meses. O futuro prefeito terá muito trabalho para mudar este cenário: a Transalvador, responsável pela administração do trânsito da cidade, encontra-se sucateada. É o que afirma o presidente da Associação dos Servidores da Transalvador (Astram), Adenilton Júnior.

“A Transalvador está funcionando de forma precária. Tem um déficit de tudo: tinta para faixas, peças para semáforos, chaves de fenda, computadores dentro do órgão, fitas, viaturas”, reclama. A situação seria fruto do corte de verbas do órgão feito pela prefeitura atual, além das dívidas do órgão.

Segundo o presidente da Astram, a atuação de fiscalização e manutenção dos equipamentos de trânsito pelos servidores esbarra no déficit de viaturas. “Temos apenas dez viaturas em funcionamento e quatro motocicletas. Como fiscalizar a cidade desse jeito?”, questiona.

Não há, segundo ele, sequer caminhão-guincho para rebocar veículos quebrados ou estacionados em locais inapropriados. Até julho deste mês, o órgão tinha 157 veículos que custavam mensalmente R$ 322 mil. Foram devolvidos para amenizar uma dívida do órgão de R$ 2,6 milhões com a empresa locadora. “Cerca de 95% dos agentes de trânsito e transporte estão na fiscalização a pé, no sol quente deste verão”, revela.

Equipamentos importantes, os fotossensores, por exemplo, pararam de funcionar em outubro de 2011. Uma nova licitação teria sido aberta e estaria em fase de homologação. A TARDE tentou conversar com o superintendente do órgão, Renato Araújo, mas não obteve êxito até o fechamento desta matéria. A assessoria de comunicação também não deu retorno.

Funcionários que trabalham no órgão, e que preferem não ser identificados, afirmam que desde setembro estão suspensos serviços de limpeza e conserto de computadores nas salas da superintendência de trânsito.

Até a copiadora está quebrada há um mês. Quem tem “quebrado o galho” é o autônomo Sotero Nascimento, que adaptou uma copiadora à garupa de sua motocicleta e oferece cópias por R$ 0,80 (unidade) na frente do órgão nos Barris.

Semáforos – A reportagem percorreu diversos bairros da capital e encontrou sinaleiras quebradas em São Cristóvão, Avenida Pinto de Aguiar, Rio Vermelho e Costa Azul. Morador do Edifício Morada do Sol, no Costa Azul, o empresário Carlos Cruz reclama: “Essas sinaleiras vivem quebradas e como meu prédio fica num cruzamento, o povo vive buzinando. Incomoda muito”, relata.

No mesmo bairro, agentes consertavam um dos semáforos na Rua Arthur de Azevedo Machado. “Olha a situação de minha escada para trabalhar? Quer trocar a sua comigo?”, ironizou um deles, referindo-se à escada utilizada pelo fotógrafo de A TARDE.

 
Fonte:
http://atarde.uol.com.br/transito/materias/1471975

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