O processo de aprovação do Plano de Cargos e Vencimentos (PVC) dos servidores municipais de Salvador foi paralisado, ontem, pela prefeitura em resposta à greve decretada pela Astram (Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito do Município). Em assembleia da categoria, na manhã de ontem, os agentes de trânsito não concordaram com o plano conforme ofertado pela prefeitura.
O plano é fruto de acordo entre o município e outras categorias de servidores e dependia apenas da aprovação da Astram para ser enviado à Câmara dos Vereadores. Alexandre Paupério, secretário municipal de Gestão (Semge), disse que está à disposição para conversar com a Astram, mas que “não há nenhuma chance” de oferecer mais do que já foi oferecido à categoria.
“Se eles querem (o PCV) de outra forma, é preciso ver exatamente o que querem, mas já falei para eles que fizemos todas as concessões para um reajuste diferenciado, conseguindo até o apoio dos outros servidores”. Para a Astram, a negociação não foi feita de “maneira honesta”.
“Queremos apenas duas coisas: que o plano seja implantado e que os vencimentos básicos tenham majoração. Conversamos com a administração há nove meses, não fizemos greve, mas fomos surpreendidos com a decisão do Sindseps (Sindicatos dos Servidores da Prefeitura de Salvador)”, disse o presidente da Astram, Adenílton Jr, que afirmou ainda que, dos cinco sindicatos que participaram das negociações, apenas o Sindseps aceitou o acordo proposto pela Semge.
“O problema é que eles (servidores da Transalvador) querem ganhar mais do que os outros. Se um ganha R$ 1.500, eles querem R$ 2 mil. E a gente não acha que seja por aí”, disse Bruno Cariranha, coordenador geral do Sindseps.
Cariranha classificou de mentira a acusação da Astram de que o Sindseps, ao assinar o acordo, abriu mão de reajustes do vencimento básico em 2015 e 2016. “O acordo não abre mão da inflação, mas fomos sensíveis em ceder para avançar com o novo plano de cargos”.
Sobre a paralisação do PCV, Paupério disse que tem a orientação do prefeito ACM Neto de tentar chegar a um consenso. “Mas tem um limite. Se a Transalvador acha que o acordo não é bom, quem sabe não damos só o reajuste da inflação?”, disse.
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