“Um agente de 44 anos que recebeu vários socos na Estação Pirajá já passou por duas cirurgias. Teve que retirar um osso de uma parte do corpo para colocar no rosto”, conta o diretor da Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito do Município (Astram), Nildino Santos.
Uma das vítimas foi o agente Melquisedenes Santana, agredido com uma paulada em dezembro, após notificar o motorista de um Palio que estava trafegando pela faixa exclusiva de ônibus.
“Fiz gesto para ele sair e ele continuou, parou e uma mulher desceu. Anotei a placa e ele foi embora. Minutos depois retornou, estacionou e saiu do veículo dizendo que parou para desembarcar sua esposa e perguntou por que eu tinha anotado a placa. Respondi que ele tinha cometido duas infrações. Ele começou a xingar e disse que eu iria ver”, relembra o agente.
Para Muller, as punições eventualmente impostas aos agressores são brandas. “Pagar cesta básica não é suficiente. Eles deviam pintar o muro da Transalvador ou segurar uma faixa de respeito ao trânsito em uma via”. O órgão estuda a possibilidade de o município se habilitar nas ocorrências de agressão como assistente de acusação.
Casos Somente no Carnaval, foram registrados dois casos de agressão contra agentes. Numa das ocorrências, o funcionário da Transalvador, fardado, tomou um soco numa via de acesso ao circuito. No outro caso, o agente acusa um PM de tê-lo agredido.
No final de janeiro, outro agente foi golpeado por um motociclista com um capacete, na Rua Carlos Gomes. Ainda em janeiro, no Comércio, um servidor foi ferido na cabeça com a fechadura, depois que um motorista notificado esvaziou um dos pneus do carro da Transalvador. A ação foi filmada por um turista.
“Já fui agredido verbalmente. A gente tem que usar a experiência para não ser agredido. Eles usam palavrões, dizendo que o órgão não serve para nada, que é só uma indústria de multas. Dizem que o agente não dá orientação”, conta Jairo Albino, 61 anos, 14 como agente de trânsito. “Geralmente, quem agride é quem está errado e não aceita receber a notificação. O sujeito vê a placa para não estacionar e para assim mesmo e ainda reclama”, completa Albino. Pedindo anonimato, um motorista reclamou dos agentes. “Alguns deles não sabem nem abordar. Eles deveriam ser mais capacitados”
Seja o primeiro a comentar