“Cabe ao prefeito me afastar ou não”, afirma Paupério

O secretário de Gestão de Salvador, Alexandre Paupério, disse que está “tranquilo” e “à disposição do prefeito” (ACM Neto) para mantê-lo ou não no cargo. A resposta de Paupério refere-se à decisão da oposição na Câmara dos Vereadores, na segunda-feira, 14, de ingressar com representação no Ministério Público (MP-Ba) e Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) pedindo seu afastamento.

Paupério figura como suspeito de envolvimento no esquema que desviou R$ 40 milhões da Secretaria Municipal de Educação de Salvador entre 2009 e 2012, alvo de ação do Ministério Público semana passada. O prefeito ACM Neto tem dito para a imprensa que ainda não tem nada decidido.
“Estou sempre à disposição do prefeito e cabe a ele me afastar ou não”, disse Alexandre Paupério para A TARDE. O secretário informou ainda que já teve acesso à ação do Ministério Público Estadual e prepara a sua defesa. “Vi a ação ontem, já conversei com o prefeito, aliás, venho conversando o tempo todo com ele, e estou tranquilo com a minha gestão”, afirma Paupério.
A Câmara também pede a investigação dos contratos da Secretária de Gestão (Semge) desde quando Paupério assumiu, em 2013. “Já solicitamos um encontro com o Tribunal de Contas e com o Ministério Público para pedir que os contratos da prefeitura passem por auditoria”, informou a vereadora Aladilce Souza (PcdoB), que faz parte da bancada contrária ao governo.
Para a oposição, a investigação tem que acontecer, já que Paupério está à frente de uma das principais pastas da gestão municipal, responsável por todos os contratos da prefeitura. Para a vereadora Aladilce, o prefeito já deveria ter afastado Paupério. “A denúncia é grave, ele precisa ser afastado até para que possa se defender”, disse.
O secretário também é alvo de outra investigação do MP por mau uso dos cofres públicos, quando esteve à frente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), entre 2003 e 2006, na gestão do ex-governador Paulo Souto. “Já prestei todos os esclarecimentos, fiz minha defesa. Já se passaram mais de 12 anos e nunca recebi nenhuma notificação desse caso”, explica o secretário.
Entenda o caso
Na quinta-feira, 10, o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) ingressou com uma ação civil pública contra o deputado federal João Carlos Bacelar (PTN) e o secretário de Gestão da prefeitura de Salvador, Alexandre Paupério, por improbidade administrativa nos convênios entre a Secretaria Municipal de Educação e a Fundação Escola de Administração (FEA), vinculada à Universidade Federal da Bahia (Ufba), entre 2009 e 2012.
Os desvios, segundo levantamento do MP-BA, são estimados em R$ 39.424.355,84. O MP-BA pede “a condenação de todos os acionados nas sanções constantes da Lei de Improbidade Administrativa, quais sejam, ressarcimento ao erário, devolução do ganho indevido, perda da função pública, suspensão de direitos políticos, multa civil e impossibilidade contratar com a Administração Pública”.
Fonte: Jornal A Tarde

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