Cerca de 24 veículos foram fotografados equivocadamente por radares em Salvador. O fato chamou a atenção de algumas pessoas que receberam autuação em suas residências com as seguintes informações: imagem do veículo, data, horário, valor da multa, perda de pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e velocidade acima de 300 km/h.
Uma das vítimas da falha técnica dos radares possui um Monza, ano 1996. Ele recebeu uma multa, sendo acusado de ter passado na Av. Paralela, às 6h55, a uma velocidade de 368 km/h, em frente à concessionária Mercedes-Benz. O valor cobrado pela infração foi de R$ 574,61 e lhe rendeu a perda de sete pontos na CNH.
Procurado pela reportagem de A TARDE, o superintendente da Transalvador (Superintendência de Trânsito de Salvador), Fabrizzio Muller, reconheceu que existiu falha dos equipamentos. “Houve um problema técnico com alguns radares de Salvador eas fotos por eles registradas, nas quais constam o registro de velocidade acima de 300km/h, são fotos teste”, explicou.
“Os radares de Salvador registram uma foto teste por hora gerando a cada dia 24 imagens. No entanto, a falha fez com que não houvesse diferenciação entre as imagens reais das que eram teste, gerando notificações de multa para alguns veículos”, esclareceu Muller .
O superintendente informou também que a Transalvador identificou 24 ocorrências de falha como esta em diferentes locais da cidade. Segundo ele, a empresa Zelsif, responsável pelos equipamentos, já solucionou os erros e todos os condutores que foram notificados devem desconsiderar a multa.
Procedimento
O presidente da Associação Baiana de Proteção aos Proprietários e Condutores de Veículo Automotor – ABCV, Clezer Costa, foi procurado por uma das vítimas da falha dos radares. A ABCV tem por finalidade defender motoristas que se sintam de algum modo prejudicados por órgãos de trânsitos.
Clezer Costa entregou um ofício no último dia 20 no Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), solicitando abertura de inquérito civil para que sejam apuradas possíveis irregularidades nos radares de Salvador.
“A Transalvador não emitiu nenhuma correspondência informando as pessoas notificadas de que houve erro técnico. Por isso, resolvemos entrar com uma ação no Ministério Público. Observamos que após a nossa decisão foi que a Transalvador se pronunciou”, disse Costa, que é advogado.
A assessoria de comunicação do MP-BA informou que ainda não há um promotor acompanhando o caso porque a abertura do processo é recente.
Fonte: Portal A Tarde
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