Chamada de capa da Edição de ontem do Jornal CORREIO

Dívida de R$ 2,6
milhões faz Transalvador devolver 64 carros e motos

Com dívidas, a
Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador) aplica a
partir de hoje uma marcha a ré na fiscalização de trânsito da capital baiana. A
escala dos agentes de trânsito foi reformulada e metade dos funcionários ficará
em pé nos cruzamentos e pontos fixos da cidade. O motivo: 64 veículos foram
retirados das ruas para serem devolvidos para a locadora de automóveis Tradekar
Transporte e Serviço Ltda por falta de pagamento.
O presidente da
Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito do Município (Astram),
Adenilton Junior
, afirma  que a devolução
dos veículos afeta o trabalho de fiscalização nas ruas. “Redistribuíram os
agentes. Antes, 80% trabalhavam em viaturas. A partir de amanhã (hoje), metade
ficará sem carros, parados nos cruzamentos das avenidas, sem poder se deslocar.
Isso vai dificultar o acompanhamento das ocorrências na cidade. Vamos perder a
mobilidade”, acredita.
Especialista
critica redução na fiscalização
– Especialista  em trânsito, o professor da Universidade
Federal da Bahia Elmo Lopes Felzemburg criticou a decisão da Transalvador de
manter fiscais parados. “Não tem motivo técnico para fazer isso. Não há
justificativa técnica. Esse tipo de descontinuidade é reflexo da má gestão do
trânsito”.
Felzemburg, que é
mestre em transporte pela University of Birmingham (Reino Unido) e pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, aponta que é necessário
haver um planejamento estratégico do uso de pessoal e tecnologia.
“Às vezes, vemos
viaturas estacionadas sem diretriz de fluxo de trabalho. Cada hora mudam as
formas de fiscalização e isso reflete no caos que o trânsito da cidade vive.
Falta planejar
”. O reflexo da dita falta de planejamento, segundo Felzemburg,
provoca “um Deus nos acuda no trânsito da cidade. Enquanto não houver mudança
na postura da gestão do trânsito, Salvador – e outras cidades do Brasil –
viverão em caos”.
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Dívida de R$ 2,6
milhões faz Transalvador devolver 64 carros e motos
Com dívidas, a
Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador) aplica a
partir de hoje uma marcha a ré na fiscalização de trânsito da capital baiana. A
escala dos agentes de trânsito foi reformulada e metade dos funcionários ficará
em pé nos cruzamentos e pontos fixos da cidade. O motivo: 64 veículos foram
retirados das ruas para serem devolvidos para a locadora de automóveis Tradekar
Transporte e Serviço Ltda por falta de pagamento.
O superintendente da
Transalvador, Renato Araújo, admite que a redução do número de viaturas nas
ruas tem o objetivo principal de quitar débitos atrasados de nove meses do
órgão de trânsito com a empresa. “Nosso contrato é de 157 veículos e estamos
devolvendo 64. Vamos ficar com 93 entre motos e carros. O custo mensal desses
aluguéis é de R$ 322 mil. Com essa redução, vamos economizar R$ 197 mil, que
será abatido da dívida, que é de R$ 2,6 milhões”, afirma. Dos 93 veículos que
ficaram, dois são kombis e quatro carros administrativos. O restante é para
fiscalização.
O presidente da
Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito do Município (Astram),
Adenilton Junior, afirma  que a devolução
dos veículos afeta o trabalho de fiscalização nas ruas. “Redistribuíram os
agentes. Antes, 80% trabalhavam em viaturas. A partir de amanhã (hoje), metade
ficará sem carros, parados nos cruzamentos das avenidas, sem poder se deslocar.
Isso vai dificultar o acompanhamento das ocorrências na cidade. Vamos perder a
mobilidade”, acredita.
Araújo, que era diretor
de trânsito e assumiu a superintendência do órgão na quarta-feira passada,
ressalta que a redução da frota não vai impactar na qualidade da fiscalização.
“Boa parte dos fiscais vai trabalhar em pontos fixos onde costumeiramente há
mais demanda de fiscalização. Eles vão estar ali onde vão poder resolver
pessoalmente o problema”, argumenta o superintendente que assumiu  no lugar de Alberto Gordilho.
“Quando assumi o cargo,
identifiquei a dívida e busquei uma forma de resolver o problema. A única
solução foi reduzir a frota temporariamente. Não cancelamos o contrato com a
empresa. Quando terminarmos de pagar o débito, os carros voltarão a ser usados
pela Transalvador”, diz Araújo, que já foi superintendente do órgão no ano de
2010.
Em nota, a Transalvador
reforça que a frota atual, que é de 93 veículos, “atende perfeitamente à
demanda. Além disso,  não houve e nem
haverá a redução do efetivo de pessoal, que estará integralmente nas ruas
cumprindo o seu papel”.
Redução
– O presidente da Astram aponta a redução na frota de motos como a principal
perda para a fiscalização. “Só ficaram 14 motos nas ruas. Eram umas 30. Com o
trânsito do jeito que está, o deslocamento ficará mais complicado do que é
hoje”.
A assessoria de
imprensa da Transalvador informou ainda que as viaturas devem ficar no pátio do
órgão nos Barris devendo ser acionadas quando acontecer uma emergência.
O superintendente da
Transalvador indicou que com a devolução dos 
veículos  –  motos modelo Yamaha e carros modelo Gol/2011
– o órgão poderá economizar dinheiro para investir na melhoria do trânsito da
cidade.  “Com a economia que vamos fazer
pretendo, além de pagar o débito, sinalizar a Avenida Paralela, que precisa de
melhorias nesse aspecto”, garante.
Pagamentos
– O diretor da Tradekar Transporte e Serviço Ltda., George Gustavo, confirma o
débito e as devoluções dos veículos. “Temos um contrato com a Secretaria
Municipal de Planejamento, Tecnologia e Gestão (Seplag) há dois anos para
fornecer veículos para locação para diversas secretarias. Há alguns meses a
Transalvador está atrasando o pagamento das faturas”, afirmou.
Segundo  o diretor da empresa, a Transalvador tomou a
iniciativa de devolver os  veículos. “O
superintendente deu a alternativa de reduzir a frota locada para conseguir
quitar o débito. Recebemos alguns veículos. Até novembro, devemos devolver
todos”. Novembro é o prazo que a Transalvador estabeleceu para quitar o débito.
Uma parcela de R$ 322 mil foi paga ontem. Faltam oito.
Além da Transalvador,
Gustavo indica que outras secretarias da prefeitura estão com os pagamentos
atrasados das locações dos veículos. “Várias estão com atraso, mas nenhuma está
como a Transalvador”, pontua. Ele, no entanto, não quis revelar os nomes.
Especialista
critica redução na fiscalização
– Especialista  em trânsito, o professor da Universidade
Federal da Bahia Elmo Lopes Felzemburg criticou a decisão da Transalvador de
manter fiscais parados. “Não tem motivo técnico para fazer isso. Não há
justificativa técnica. Esse tipo de descontinuidade é reflexo da má gestão do
trânsito”.
Felzemburg, que é
mestre em transporte pela University of Birmingham (Reino Unido) e pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, aponta que é necessário
haver um planejamento estratégico do uso de pessoal e tecnologia.
“Às vezes, vemos
viaturas estacionadas sem diretriz de fluxo de trabalho. Cada hora mudam as
formas de fiscalização e isso reflete no caos que o trânsito da cidade vive.
Falta planejar”. O reflexo da dita falta de planejamento, segundo Felzemburg,
provoca “um Deus nos acuda no trânsito da cidade. Enquanto não houver mudança
na postura da gestão do trânsito, Salvador – e outras cidades do Brasil –
viverão em caos”.
Fonte:
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/divida-de-r-26-milhoes-faz-transalvador-devolver-64-carros-e-motos/?tx_comments_pi1[page]=2&cHash=385d9b709d57957f9541cf2419b861fa

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