Em 2012, quando a lei era mais branda, 20 motoristas foram flagrados entre janeiro e fevereiro. Nos dois primeiros meses deste ano, 28 condutores não passaram no teste do bafômetro, um aumento de 40%.
O acréscimo poderia ser justificado pelo maior número de abordagens realizadas em fevereiro deste ano, cerca de 1400 a mais. Mas os números de 2013 contabilizam blitze realizadas até o dia 18 de fevereiro, o que, para efeito de comparação, compensa mais ou menos a distorção. Com isso, pode-se concluir que se o número de infratores não foi maior, tampouco pode-se afirmar que as novas regras impôs uma diminuição significativa no número de infratores.
O diretor de trânsito da Transalvador, Marcelo Correia, reforça esta análise. “De fato, as novas regras ainda não surtiram efeito na população. O respeito ao rigor da nova lei virá com o tempo. Os condutores ainda estão se tocando que a tolerância é muito menor agora”, disse.
Segundo o coordenador das Blitze da Transalvador, Antônio Neco, os números demonstram um processo normal que faz parte da cultura do brasileiro. “Estamos acostumados a duvidar da eficácia das leis, devido à impunidade que imperou no país por muito tempo. Para que aprendamos a respeitar o que elas determinam é necessário que exista fiscalização. Só assim a população, depois de ver os exemplos de punição, passa a levar a lei mais a sério”, ponderou.
Para ele, isso ficou muito claro no Carnaval. “Durante a festa, intensificamos as blitze, mas a maioria dos que infligiram a lei, entre os que abordamos, foram flagrados no primeiro dia. A partir daí, ao perceberem que existia fiscalização, os condutores começaram a se preocupar mais e, com isso, o número de infratores foi reduzindo paulatinamente até o último dia de carnaval”, contou.
O diretor Marcelo Correia informou que para cumprir com o papel de fiscalizadora da lei com a eficiência necessária, a nova administração da Transalvador vem recebendo apoio importante da Prefeitura. “Com isso, já conseguimos trabalhar com duas equipes fazendo blitze.
Na maioria das vezes, simultaneamente em diferentes locais da cidade. Essa é uma novidade que imprimimos com mais constância no mês de fevereiro”, acrescentou.
Como consequência das blitze duplas, o número de abordagens deste mês, que não terminou ainda, já superou e muito a quantidade acumulada no mesmo período do ano passado, que também foi afetado pela greve da PM. Em 2012 foram abordados 1207 condutores, contra 2573 de 2013.
Se não foram intimidados pela nova versão da lei, os condutores que fizeram uso de álcool e foram parados nas barreiras da Transalvador, em 2013, provavelmente tiveram uma lição que não vão esquecer.
“Com a nova lei pudemos enquadrar aqueles que se recusaram a fazer o teste do bafômetro, mas que apresentavam notórios sinais de que consumiram bebidas alcóolicas”, disse. Em 2012, 209 condutores se negaram a fazer o teste nos dois primeiros meses do ano. Em 2013, foram 309.
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