Os representantes, que nos últimos dias elevaram o tom em relação à questão, irão apresentar os pontos de vistas das duas esferas de poder sobre o processo de transferência da responsabilidade do sistema para o Estado.
Nessa quarta-feira (20), o titular do governo, alçado ao posto de pré-candidato à sucessão em 2014, reforçou as explicações sobre os pontos conflitantes do projeto e destacou o argumento de que a população terá grandes benefícios com a transferência do equipamento.
A expectativa é de que a aparente queda de braço travada entre prefeitura e a gestão estadual chegue ao fim nesta sexta-feira com uma nova reunião entre o governador Jaques Wagner (PT), o prefeito ACM Neto (DEM) e seus auxiliares.
Segundo o secretário Rui Costa, essa será possivelmente a última chance de entendimento entre os poderes. “Pois, não podemos ficar eternamente discutindo isso. Temos que chegar a um ponto em comum. Caso não se chegue a um acordo, é hora de encerrar a discussão. Não queríamos isso”, disse, em tom de preocupação.
Costa enfatizou que o governo está pronto para receber e licitar o metrô e que depende apenas de uma resposta positiva da prefeitura. “Peço aqui serenidade para que nós possamos destravar um serviço que as pessoas esperam há 13 anos. Essa proposta é bem simples. Não há complexidade”, afirmou.
O secretário disse que ainda não ficaram claras as justificativas da prefeitura para negar as condições colocadas pelo governo.
O petista admitiu que um dos impasses se refere à necessidade de integração dos sistemas, colocada pela prefeitura, o que pode tornar complexa a operação. Conforme o executivo, há muito tempo que o estado negocia com o município a aquisição da gestão do metrô. “Salvador vive há treze anos essa novela, que aparece não terminar, de um projeto que começou mal e que em minha opinião nunca poderia ter sido tocado pelo município. Não porque é o município de Salvador, mas porque nenhum município toca obra de metrô”, reiterou.
Costa lembrou que em outras cidades, o equipamento é subsidiado pelo governo, pois o custo operacional é alto. “O estado faz o subsídio para que o preço da tarifa seja menor e para possibilitar a mobilidade para a população”, disse ao destacar que Salvador seguiria o modelo implantado no Rio de Janeiro.
“Nossa proposta é que o passageiro ao pagar o metrô já tenha automaticamente de forma gratuita a passagem de ônibus para o seu destino. Não iríamos mexer em nada da linha normal. As outras linhas continuariam exatamente como estão. O único acordo é que não teríamos linhas paralelas ao traçado do metrô. Mas esses ônibus seriam especiais. Nem a prefeitura nem muito menos os empresários do sistema de ônibus normal teriam ônus com isso. Esse ônus correria apenas pelo governo do estado da Bahia”, enfatizou.
O serviço, conforme explicou o secretário, tem como objetivo levar mais conforto para as pessoas que vão embarcar e desembarcar nas estações de metrô. “Isso para fazer com que o idoso ou o adolescente que mora em Mussurunga ou aquele que mora em São Cristovão tenham esse serviço. Nós não podemos pedir que essas pessoas caminhem a pé até a estação debaixo de sol ou debaixo de chuva. O estado está querendo oferecer esse serviço gratuito. Com isso garantimos a demanda do metrô”, afirmou.
A modelagem será através da parceria público-privada, semelhante ao adotado na Arena Fonte Nova, com recursos do estado, do governo federal e da iniciativa privada.
O titular do governo, tem que tem conduzido as conversações, lembrou que o estado já cedeu a todas as propostas da prefeitura, inclusive com a absorção de dívidas de R$ 250 milhões da STS e a gestão dos trens do Subúrbio, e aguarda um retorno positivo que possa dar fim ao problema dos engarrafamentos na capital baiana, com investimento em transporte de massa, a partir do funcionamento das linhas do metrô.
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