
Tristeza, indignação e total repúdio. Não há palavras para comentar as declarações injuriosas de um condutor infrator que ameaçou violentamente e proferiu expressões odiosas contra agentes de trânsito, além de outros servidores públicos municipais da capital baiana. Em um vídeo que circula nas redes sociais e aplicativos de mensagens, o homem a todo tempo vocifera sua intenção em “tirar a vida” de trabalhadores e trabalhadoras que atuam para garantir a cidadania em Salvador.
O tom violento e ameaçador tenta intimidar uma categoria de mulheres e homens de pura honra. Não sabe o autor das declarações criminosas que os agentes de trânsito, em especial, nós que atuamos na capital dos baianos, não nos acovardamos ou fugimos de nossas responsabilidades mesmo diante da estupidez ou da violência que insiste em nos rodear. Ledo engano achar que vomitar agressividade sob o manto da internet irá fazer com que escondamos nossas insígnias ou deixemos de ostentar nossas fardas com orgulho.
Ao contrário do que pregou em seu destempero, não somos ratos, pois não fugimos de forma covarde ou tentamos ludibriar em qualquer situação. Não somos marginais, pois ao contrário de quem não costuma respeitá-la, nós somos guardiões e guardiãs da Lei. Não somos assassinos, ao contrário, nosso trabalho é responsável direto pela redução da mortalidade nas vias de Salvador. Não somos genocidas, pois tornamos a capital baiana como a primeira cidade do Brasil a assinar uma carta-compromisso com a ONU pela redução nas mortes no trânsito na década de 2021-2030. Ao invés de praguejar contra familiares de outras pessoas como fez o autor do fatídico vídeo, nós estamos usando a educação para conscientizar crianças e adultos em prol de um trânsito humano e que preserve vidas.
Mesmo sendo alvos de agressões verbais, físicas ou filmados e expostos de maneira covarde por terceiros que desconsideram a importância do trabalho realizado por nós, não vamos titubear para fazer valer a cidadania, e reafirmamos: não vamos retroceder nem um centímetro em nossa missão de garantir a segurança viária, preservar a vida e garantir a paz no trânsito para cidadãos e cidadãs de Salvador, baianos e turistas.
É inadmissível que nós, servidores públicos no cargo de agentes de trânsito — responsáveis por ações fundamentais para a preservação da vida, a segurança viária e a educação no trânsito — sejamos hostilizados enquanto cumprimos o dever que a legislação nos impõe. Ressaltamos que somos trabalhadores e trabalhadoras, também pais, mães, filhos e filhas, que deixam seus lares diariamente para proteger a sociedade, enfrentando situações de risco diariamente com coragem e profissionalismo.
O respeito ao agente de trânsito não pressupõe medo ou submissão à uma pessoa. É respeitar a própria vida e também de terceiros em uma corrente que protege a todos. Qualquer tentativa de agressão moral física, ameaça de morte, intimidação, enfim, qualquer forma de violência ou desvalorização de nossa atividade representa uma afronta não apenas à categoria, mas ao direito de toda a população a um trânsito mais seguro e organizado.
Reafirmamos nossa solidariedade ao colega ameaçado de forma criminosa e tomaremos providências em todos os meios legais necessários para que atitudes como essa sejam investigadas e devidamente responsabilizadas na forma da Lei que muitos insistem em não respeitar. Faremos todo possível para garantir que atitudes dessa natureza sejam criminalizadas no lastro jurídico e mostrem que a internet não é uma terra sem lei. O mundo real se incumbe de provar que quem comete tais condutas deve responder na medida de sua estupidez.
A ASTRAM continuará vigilante e sempre estará ao lado da categoria na luta pela proteção de nosso trabalho. Ademais, coloca-se à disposição dos colegas sempre que qualquer forma de violência tente intimidar ou impedir nosso dever legal de cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito brasileira.
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