Cresce o número de queixas entre motoristas que enfrentam frequentes engarrafamentos no trecho final da avenida Professor Pinto de Aguiar, no sentido Paralela.
Condutores e especialistas afirmam que o problema está no viaduto Dona Canô, que não tem capacidade de receber a demanda proveniente de diferentes direções.
Entregue em 18 de setembro deste ano, a Pinto de Aguiar foi ampliada e passou a ter três faixas em cada sentido. Entretanto, quem passa pelo local (sentido Paralela) já encontra o trânsito parado na altura do campus da Faculdade Católica do Salvador.
José Nunes, 33 anos, que precisa passar pelo local diariamente, disse que perde muito tempo. “Pego minha namorada todos os dias em São Rafael. E sempre me atraso. Alguém tem que dar um jeito aqui. Está insuportável!”, desabafou.
O motorista Nelson Oliveira, 62 anos, critica o que considera subdimensionamento do viaduto Dona Canô: “Não adianta duplicar a Pinto de Aguiar. A solução seria duplicar o viaduto ou tornar mão única”, sugere Nelson.
De acordo com a arquiteta Cristina Aragón, especialista em estudos de trânsito e transporte, o gargalo se forma no viaduto Dona Canô porque recebe veículos vindos da avenida São Rafael (sentido Orla), Paralela (sentido São Rafael) e Pinto de Aguiar (sentido São Rafael).
Duplicação descartada
“A medida que poderia ser tomada para desafogar o trânsito nesta região seria a duplicação do viaduto. O fluxo de carros que atualmente recebe é incompatível com sua estrutura. Os engarrafamentos são inevitáveis”, constata Aragón.
Mas, a assessoria de comunicação da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), responsável pela obra, descarta a duplicação do viaduto e informa que estão sendo construídos túneis e uma passagem subterrânea para ligar a avenida Pinto de Aguiar à Avenida Gal Costa (próxima à São Rafael), que também deverá ser ampliada.
O diretor de trânsito da Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), Marcelo Corrêa, reconhece o problema e afirma que o órgão fará intervenções viárias no local.
“A duplicação da avenida foi uma obra muito importante para a cidade, mas não resolve o cerne da questão, que é o viaduto Dona Canô”, disse Corrêa acrescentando que as intervenções no local este ano “ainda não tem data para ser executadas”.
Ambulantes
Se para muitas pessoas o congestionamento no viaduto Dona Canô é motivo de estresse, para o ambulante Marcos de Jesus Souza, 22, é sinônimo de lucro. Marcos disse que em pouco mais de duas horas de trabalho fatura em torno de R$ 80.
“Nesse ponto aqui, vendendo amendoim, só tem eu. Chego todos os dias às 16h e vou embora às 19h30. Tudo que trago, vendo. Faturo R$ 80 por dia”, reforça o vendedor ambulante.
Com Informações do Portal A Tarde
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